segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Naranjo e o marxismo cultural (8)

Esse vídeo de Claudio Naranjo é um viral que muitas pessoas compartilham no Facebook. Exemplo ótimo de engenharia social.




Segundo Naranjo, a cultura patriarcal é muito competitiva, agressiva e exporadora. Isso reforça o combate ao conservadorismo pregado em todo discurso esquerdista. Típico.


Ele faz uma clara oposição entre a sociedade patriarcal que não ama versus algum outro tipo de sociedade (certamente o que seria uma sociedade ideal, pensamento típico da mentalidade revolucionária) que ama. 


Diz que as pessoas aprenderam na cultura patriarcal a odiar a si mesmas e a tratar a si mesmas como escravas (de onde ele tirou isso?). Coisa do discurso maniqueísta de sempre, em que a figura que possui autoridade é sempre a opressora que sacaneia com o oprimido. A única coisa interessante que ele fala é sobre a distinção entre egoísmo e amor próprio, apesar de ser um tanto óbvio. 


Quando ele fala na educação que deveria ser libertadora, logo depois de falar em liberdade sexual (e ele não fez o comentário anterior à toa), ele dá mais um tapa no conservadorismo, sugerindo a idéia de que a sociedade conservadora tolhe a liberdade das pessoas e que devemos ser mais livres, inclusive para seguir nossos impulsos (vê um pequeno incentivo à promiscuidade aí?)


Ele diz que a família quer tolher a liberdade da criança porque tem medo de que se rompa a ordem hierárquica, como se fosse essa a questão e como se isso fosse verdade. É nítido o estímulo à desconstrução da família. 


O discurso desse senhor é um discurso contra a autoridade, tanto a autoridade familiar como a autoridade do professor na educação tradicional. Ele diz coisa bonitas e tendemos a concordar, mas suas palavras contêm mensagens indutoras do preconceito contra o conservadorismo e a sociedade patriarcal, ou seja, contra o passado, desconsiderando inclusive as coisas boas que ele traz. É um discurso progressista que só se preocupa com a transformação da sociedade. O problema é que essa transformação que querem induzir é artificial e ilusória, pois eles não consideram a situação real do mundo. As palavras do Sr. Naranjo não se encaixam na conjuntura que temos hoje pois a situação libertária que ele propõe só daria certo se as pessoas fossem todas esclarecidas e se respeitassem mutuamente. No mundo cão em que vivemos, isso não dá certo. E não dará certo em um futuro breve ou não tão breve pois a sociedade não vai evoluir tão cedo no quesito da harmonia, compreensão e respeito entre as pessoas. Liberdade sem responsabilidade não dá certo e, por acaso, nossa sociedade tem demonstrado que as novas gerações estão cada vez mais irresponsáveis - e cada vez mais rebeldes para reivindicar cada vez mais liberdade para exercer cada vez mais sua irresponsabilidade. Fruto do discurso libertário e progressista da esquerda, propagado pela imprensa, pela mídia e por nossos incríveis "intelectuais" e escritores, que só fazem idiotizar nossos jovens.  Estes são em sua maioria manipuláveis e não possuem senso de perigo, é necessário que se resguardem e obedeçam aos pais, que têm suas razões, muitas vezes, nos diversos nãos que dizem. E esse obedecer não diz respeito ao autoritarismo, pois autoritarismo implica um certo abuso de autoridade e não estamos falando de abuso. Confundir autoridade com autoritarismo é um jogo sujo e sabemos quem o faz. Ocorre que abusos acontecem e isso é lamentável, cada família tem um jeito e muitas delas têm problemas, muitos nãos desnecessários podem ser ditos, mas jogar tudo num cesto e dizer que os pais, EM GERAL, são autoritários é no mínimo desonestidade intelectual. E quando dito de um jeito cativante por um senhor simpático com jeito de sábio do bem e com direito a musiquinha de fundo, ainda, torna-se perverso.

Resumindo, esse vídeo é um lixo.

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Descobri um excelente texto do Reaçonaria, contribui com interessantes embasamentos para vc entender o discurso de Naranjo nesse vídeo... não deixe de ler!

http://reaconaria.org/blog/reacablog/nao-confunda-ideologia-de-genero-com-combate-a-homofobia/
“A causa mais profunda para isto reside no fato de que, além da declaração de que a família compulsória estava extinta,  a  teoria  Marxista  falhou  ao  não  oferecer  uma base ideológica suficiente para uma revolução sexual e  foi notavelmente ingênua em relação à força histórica e psicológica do patriarcado. Engels havia escrito apenas sobre a história e a economia da família patriarcal, mas não investigou os hábitos mentais nela envolvidos, e até mesmo  Lenin  admitiu  que  a  revolução  sexual  não  era adequadamente compreendida. Com efeito, no contexto de  uma  política  sexual,  as  transformações verdadeiramente  revolucionárias  deveriam  ser  a influência,  à  escala política,  sobre  as  relações  entre  os sexos. Justamente porque o período em questão não viu concretizar-se  as  transformações  radicais  que  parecia prometer,  conviria  definir  aquilo  que  deveria  ser  uma revolução  sexual  bem  sucedida.  Uma  revolução  sexual exigiria, antes de tudo o mais, o fim das inibições e dos tabus  sexuais,  especialmente  aqueles  que  mais ameaçam  o  casamento  monogâmico  tradicional:  a homossexualidade,  a  ilegitimidade,  as  relações  pré-matrimoniais  e  na  adolescência.  Isto  permitiria  uma integração de subculturas sexuais, uma assimilação de ambos  os  lados  da  experiência  humana  até  aqui excluídos  da  sociedade.  Da  mesma  forma,  seria necessário reexaminar as características definidas como masculinas  e  femininas.  O  desaparecimento  do  papel ligado  ao  sexo  e  a  total  independência  econômica  da mulher  destruiriam  ao  mesmo  tempo  a  autoridade  e  a estrutura  econômica.  Parece  improvável  que  tudo  isto possa  acontecer  sem  um  efeito  dramático  sobre  a família patriarcal”
[Kate  Millett:  Sexual  Politics,  1969,  Rupert  Hart-Davis, London]."


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Parte 9 - http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/08/os-amigos-ocultos-de-hitler-e-adivinha.html
Os amigos ocultos de Hitler


Roteiro de leitura 
http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/09/um-roteiro-para-leitura-deste-singelo.html 

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